🔓 Edição de abril marca os 22 anos do Rascunho

Número 264 traz textos sobre George Orwell, Dostoiévski, Anthony Bourdain, Elena Ferrante, além de ficções inéditas de Patrícia Melo e Marta Barcellos
Detalhe da capa da edição de abril. Arte: Eloar Guazzelli
01/04/2022

A edição de abril marca os 22 anos de trajetória do Rascunho, jornal fundado em Curitiba em 8 de abril de 2000 pelo jornalista e escritor Rogério Pereira. “O Rascunho chega aos 22 anos e suas 264 edições com o mesmo entusiasmo inicial de seguir sendo um espaço generoso para a discussão literária no Brasil, sempre levando em conta a diversidade e a liberdade”, diz Pereira.

O periódico, que começou como um caderno encartado no Jornal do Estado, firmou-se como palco de discussões a respeito da literatura brasileira e estrangeira. Em mais de duas décadas, milhares de autores e livros passaram pelas páginas do Rascunho, formando um painel vasto daquilo que se publicou e leu nesse período.   

“Obviamente, não chegaríamos tão longe sem o apoio de todos os colaboradores e assinantes”, ressalta o editor Rogério Pereira, lembrando que um dos diferenciais do Rascunho é justamente seu time de colunistas, resenhistas, ilustradores e fotógrafos.

A edição
Um dos artistas mais importantes dos quadrinhos brasileiros, o gaúcho Eloar Guazzelli assina a capa da edição, em um desenho que lembra a resistência ucraniana frente à barbárie russa no atual conflito europeu.

Na seção Inquérito, a paulistana Natalia Timerman responde às clássicas perguntas feitas mensalmente pelo jornal. “Me proponho a anotar quase ideias, pedaços de frases, palavras soltas que depois podem acontecer de se juntar”, diz a autora de Copo vazio.

No mês em que Lygia Fagundes Telles completa 99 anos, Nilton Resende faz uma criteriosa análise sobre a produção de narrativas curtas da autora de Antes do baile verde. Para ele, os contos mostram uma “complexidade que só se revela a olhares atentos”.

Já o crítico Fábio Lucas analisa como as obras de Fiódor Dostoiévski, Vladimir Nabokov e George Orwell oferecem reflexões sobre a criação de mundos literários. Para isso, ele recorre a três obras dos autores recentemente editadas no Brasil: Lições de literatura (Nabokov), A literatura, os escritores e o Leviatã (Orwell) e Crônicas de Petersburgo (Dostoiévski)

Outro texto de fôlego é o ensaio de João Lucas Dusi sobre a trajetória literária e existencial de Anthony Bourdain, o chef americano que virou uma estrela depois de publicar o best-seller Cozinha confidencial, em que revela segredos e bastidores da alta gastronomia mundial. O texto também analisa Volta ao mundo: um guia irreverente, que retrata as andanças de Bourdain pelo mundo com seus programas televisivos sobre culinária.

Resenhas
A antologia Coração subterrâneo, que reúne o trabalho poético de Olga Savary, é analisada por Giovana Proença. Ela destaca a “potência lírica” da escritora paraense. “Singular entre nossos versificadores — versificadoras —, Savary deixa um belo legado dentro da poesia feminina.”

Outro livro de poesia, Bastante aos gritos, de Cesar Garcia Lima, ganha resenha assinada por Cristiano Sales, e a coletânea de contos Gótico nordestino, de Cristhiano Aguiar, é comentada por Tomaz Amorim Aguiar — para ele, o livro “peca ao beber muito nas produções audiovisuais do exterior”. As memórias de Uma exposição, assinada por Ieda Magri, são visitadas por Haron Gamal.

Já o romance Gostaria que você estivesse aqui, de Fernando Scheller, é colocado na categoria dos “romances de formação” por Carla Bessa, em texto favorável ao livro e seu autor. “O livro provocou surpresa, tirou o sono e, acima de tudo, transformou quem leu o relato.”

Vencedor do Booker Prize 2020, Douglas Stuart tem seu romance A história de Shuggie Bain resenhado por Luiz Paulo Faccioli.     

Outro romance que ganha destaque é O filósofo no porta-luvas, de Juliano Garcia Pessanha, que para André Argolo, “apesar de trazer conceitos difíceis, serve para quem busca uma boa história carregada de impasses modernos”.

A equipe de editores ainda lista 16 lançamentos na seção Rascunho Recomenda. Entre eles: Uma luz inesperada e O silêncio da água, títulos infantojuvenis de José Saramago, O amanhã cheio de histórias, coletânea de contos com vários autores direcionada aos jovens leitores, além dos livros de contos Zaranza, de Rita de Podestá, e Certos casais, de Hugo Almeida, e dos romances Uma mulher sem ambição, de Sabina Anzuategui, e Cavalo de terra, de Otavio Linhares.

Colunas
Fabiane Secches falando sobre Elena Ferrante, Alcir Pécora comentando a fama de “chatos” dos clássicos, Wilberth Salgueiro destrinchando os novos sonetos de Gregorio Duvivier e Tércia Montenegro analisando os “coléricos” personagens de Raduan Nassar são alguns dos temas trazidos pelo grande time de colunistas do Rascunho. Que ainda publica textos de: Eduardo Ferreira, João Cezar de Castro Rocha, José Castello, José Castilho, Luiz Antonio de Assis Brasil, Nelson de Oliveira, Nilma e Maíra Lacerda, Noemi Jaffe, Ozias Filho, Raimundo Carrero, Rinaldo de Fernandes e Rogério Pereira.

Inéditos e traduções
Já a seção de inéditos traz narrativas de Patrícia Melo, Jozias Benedicto, Marta Barcellos e Constança Guimarães. E entre os poetas brasileiros, a editora Mariana Ianelli seleciona trabalhos de Inês Campos, Leonardo Tônus, Ronaldo Cagiano, Luíza Mendes Furia e Tanussi Cardoso.   

Dois poetas estrangeiros têm seus trabalhos traduzidos na edição: O paquistanês Arvind Krishna Mehrotra, em tradução de Adriana Lisboa, e o americano Weldon Kees, cujos poemas foram vertidos para o português por André Caramuru Aubert.   

Histórico
O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000 pelo jornalista e escritor Rogério Pereira. Com sede em Curitiba e distribuído para todo o Brasil e exterior, é nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo.

Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs. O conteúdo mensal aborda a produção dos principias nomes da literatura brasileira e estrangeira. Assine aqui o Rascunho.

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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