🔓 Destaques do “Rascunho” de dezembro

Última edição do ano traz entrevistas com Antônio Torres e Patrícia Melo, além de resenhas sobre livros brasileiros e estrangeiros e grande time de colunistas
Capa do “Rascunho” de dezembro, com arte de Alexandre Rampazo
01/12/2021

Após 15 anos sem publicar romance, o baiano Antônio Torres volta com Querida cidade, uma história sobre busca e autoconhecimento nascida de um sonho. O escritor falou sobre seu mais recente livro em uma entrevista que é um dos destaques da edição de dezembro do Rascunho.

“A longa e paciente construção da narrativa dessa Querida cidade deveu-se exatamente ao fato de o seu autor não ter na cabeça a mínima ideia de como iria desenvolvê-la”, explica o escritor sobre o processo criativo do livro, feito ao longo de 12 anos.

Outra autora que repassa sua trajetória na edição é Patrícia Melo. Ela participou da sexta edição da 10ª. temporada do Paiol Literário, evento realizado pelo Rascunho com patrocínio do Itaú, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Entre romances e um livro de contos, Patrícia publicou 12 títulos. Mulheres empilhadas (2019), Gog Magog (2017), O matador (1995), adaptado para o cinema com roteiro de Rubem Fonseca, e Inferno (2000), vencedor do Prêmio Jabuti, são alguns de seus trabalhos de fôlego. Na narrativa breve, lançou Escrevendo no escuro (2011).

A escritora nascida em Assis, no interior de São Paulo, falou sobre o começo de sua carreira e o entusiasmo e a consequente decepção que sentiu quando começou a escrever para o cinema e a televisão, antes de entrar de cabeça na literatura. Ela também, por diversas vezes, fez uma defesa apaixonada de literatura e dos livros. “A vida, sem literatura, é como a vida sem o sonho”, disse durante a conversa, conduzida pelo escritor e editor do Rascunho, Rogério Pereira.

A mineira Carla Madeira, autora dos romances Véspera (2021) e Tudo é rio (2014), é quem responde ao Inquérito deste mês. “Quando acordo de manhã, fico na cama de olhos fechados vendo o filme do que estou escrevendo. É uma hora potente para mim, as palavras me acodem”, conta.

Resenhas
O romance Os tais caquinhos, da cearense Natércia Pontes, que narra a história de uma família disfuncional, é analisado por Márcia Lígia Guidin. Já a resenha de Uma tristeza infinita, do gaúcho Antônio Xerxenesky, é assinada por Matheus Lopes Quirino. No romance, um psiquiatra que trabalha na Suíça do pós-guerra tem sua própria sanidade posta em xeque.

A reedição  do romance Quarup, de Antonio Callado, também ganha destaque no texto de Faustino Rodrigues. Para ele, a volta do livro “é ideal para um país que insiste na busca por heróis e propagação de discursos ingênuos”.

Entre os autores estrangeiros, destaque para Boubacar Boris Diop e seu romance Murambi, o livro das ossadas, que narra o sangrento episódio em que cerca de 800 mil ruandeses da etnia tútsi foram massacrados — a resenha é do gaúcho Luiz Paulo Faccioli.

E Aparecida Vilaça escreve sobre Escute as feras, da antropóloga francesa Nastassja Martin, narrativa sobre a experiência transformadora de quando a autora, sozinha, sobreviveu ao ataque de um urso.

Já o conjunto de versos do angolano Ondjaki, reunidos em Materiais para confecção de um espanador de tristezas, é analisado por Ana Luiza Rigueto. Para ela, a coletâneafunciona como um caderno de exercícios poéticos e cria imagens que vão contra o cinza do mundo”.

Colunas
Entre os colunistas, Tércia Montenegro fala sobre Correntes, primeiro romance de Olga Tokarczuk publicado no Brasil. Na coluna “Cadernos de Leitura”, Fabiane Secches indica oito obras que podem ajudar o leitor a entender e superar o luto gerado na pandemia da Covid-19. E de Pernambuco, Raimundo Carrero escreve sobre a obra de John Steinbeck, o Nobel de Literatura que expôs as chagas sociais dos Estados Unidos, o berço do capitalismo mundial.

A edição conta ainda com textos de Alcir Pécora, Eduardo Ferreira, João Cezar de Castro Rocha, Jonatan Silva, José Castello, José Castilho, Luiz Antonio de Assis Brasil, Nelson de Oliveira, Nilma e Maíra Lacerda, Noemi Jaffe, Ozias Filho, Rinaldo de Fernandes, Rogério Pereira e Wilberth Salgueiro.

Poesia, tradução e Recomenda
Nas seção de poesia brasileira, a editora Mariana Ianelli seleciona trabalhos de Amanda Prado, Simone Teodoro, Otto Leopoldo Winck, Thainá Carvalho e Thássio Ferreira. Já Patrícia Peterle traduz poemas do italiano Andrea Zanzotto, André Caramuru Aubert verte textos do irlandês Desmond O’Grady, e Verônica Felippovna verte para o português versos da russa Marina Tsevetáeva. A capa é assinada pelo artista Alexandre Rampazo.

Já o Rascunho Recomenda traz 16 indicações de livros escolhidos pelos editores do jornal. Entre eles, Hello, Brasil! e outros ensaios: psicanálise da estranha civilização brasileira, de Contardo Calligaris, Fada, de Dyonélio Machado, e Carcará, de Rodrigo Santos.

Histórico
O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000 pelo jornalista e escritor Rogério Pereira. Com sede em Curitiba e distribuído para todo o Brasil e exterior, é nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo.

Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs. O conteúdo mensal aborda a produção dos principias nomes da literatura brasileira e estrangeira. Assine aqui o Rascunho.

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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