🔓 Destaques da edição do Rascunho de novembro

Entrevista com o espanhol Javier Cercas e resenhas de livros de Daniel Galera, Kafka e Fernando Monteiro estão entre os conteúdos   
Joana Velozo assina a arte da capa da edição de novembro
03/11/2021

A edição de novembro do Rascunho traz como um dos destaques entrevista com o espanhol Javier Cercas, que acaba de lançar no Brasil o romance policial Terra Alta. Vencedor do Prêmio Planeta, um dos mais importantes de toda Europa. O livro apresenta o protagonista Melchor Marín, personagem inspirado no policial anônimo que pôs fim à vida de quatro terroristas islâmicos responsáveis por um ataque a Barcelona em 2017.

No livro, o policial deixa um passado difícil para trás e passa a viver em Terra Alta, um pequeno vilarejo empobrecido e conservador no sul da Catalunha. Ele faz parte da equipe que vai investigar um crime que chocou a localidade.

Na entrevista, Cercas fala sobre como escreveu o romance e de que maneira “superou” o sucesso mundial de seu livro Soldados de Salamina. “Senti que o sucesso estava me esmagando. Acho que é algo bastante comum, o que explica em parte alguns silêncios clamorosos, como o de Salinger ou o de Juan Rulfo (ou o fim de David Foster Wallace).”

Já o paraense Edyr Augusto, autor dos romances Pssica e Os éguas, repassou sua trajetória na quinta edição do Paiol Literário, projeto realizado pelo Rascunho, com patrocínio do Itaú Cultural por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

“Meu mundo era a maior floresta tropical do mundo e havia sido fincada em cima dessa floresta uma outra, de concreto, e que havia uma perplexidade entre o homem que sai do meio do verde e o que pisa na floresta de concreto”, diz o escritor sobre a influência de sua cidade, Belém, em seu trabalho. “O encontro dessas duas culturas motivava minha escrita.”

Entrevista com Javier Cercas é um dos destaques de novembro

Resenhas e ensaios
Entre as resenhas, o mais recente livro do gaúcho Daniel Galera, O deus das avencas, é analisado por Victor Simião. Já Cristiano Sales escreve sobre Os vivos /?/ e os mortos, em que Fernando Monteiro documenta poeticamente os terrores da Ditadura Militar brasileira.

Luiz Horácio lê João aos pedaços: biografia de João Gilberto, livro de Flávio Ilha que, de forma romanceada, refaz a trajetória pessoal e intelectual do autor gaúcho. O jornalista Maurício Mello Júnior resenha os contos de Suíte carioca, de Álvaro Marins.

Em “Kafkiano até a morte”, Tomaz Amorim Izabel fala sobre os Diários do autor tcheco e De o último processo de Kafka, livro em que Benjamin Balint mostra como se desenrolou a disputa legal por alguns dos manuscritos do autor de A metamorfose.

Colunas
“A centralidade perdida da literatura” é o que debate Alcir Pécora em sua coluna Conversa, escuta. O crítico e professor da Unicamp explica que “o protagonismo da ficção como condutora das preocupações sociais e intelectuais é recente e durou pouco; hoje é apenas uma fórmula burocrática”.

Tércia Montenegro analisa a obra de Alan Pauls. Ela faz um mergulho na literatura do argentino e de sua negação da praia como “leito sexual”, local que “dificulta qualquer tipo de fricção erótica”.

Completam o time de colunistas: Eduardo Ferreira, Fabiane Secches, João Cezar de Castro Rocha, Jonatan Silva, José Castilho, José Castello, Maíra Lacerda, Nelson de Oliveira, Nilma Lacerda, Ozias Filho, Rinaldo de Fernandes, Rogério Pereira (editor do Rascunho) e Wilberth Salgueiro.

Ficção
Na seção Poesia brasileira, a editora Mariana Ianelli seleciona trabalhos de Helena Zelic, Wanda Monteiro, Júlia de Carvalho Hansen, Paulo Sabino e Marcelo Torres.

A edição também traz poemas inéditos de Ivan Junqueira, morto em 2014. São poemas que farão parte de uma coletânea inédita com versos que Junqueira teria escrito na juventude. O livro sai pela Lacre. Já a americana Linda Gregg tem oito poemas traduzidos por André Caramuru Aubert. Na prosa, o maranhense Daniel Torres e a carioca Claudia Lage publicam contos.

Recomenda
A seleção feita pelos editores na seção Rascunho recomenda traz 16 livros, entre eles O espalhador de passarinhos, de Humberto Werneck, Copo vazio, de Natalia Timerman, Elvis & Madona: uma história lilás. Entre as Hqs e infantojuvenis, destaque para Escuta, formosa Márcia, de Marcello Quintanilha, e Diário de Pilar na Índia, de Flávia Lins e Silva.

Histórico
O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000 pelo jornalista e escritor Rogério Pereira. Com sede em Curitiba e distribuído para todo o Brasil e exterior, é nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs. O conteúdo mensal aborda a produção dos principias nomes da literatura brasileira e estrangeira. Para acompanhar o Rascunho, basta escolher um plano de assinaturas.

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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