🔓 Cavalo de terra

Na primeira narrativa de fôlego do curitibano, bastante marcada pela oralidade, uma voz sem nome ou idade — sabe-se que é o caçula de uma família em ruínas — é quem conta a história
Cavalo de terra
Otavio Linhares
Moinhos
155 págs.
01/04/2022

Na primeira narrativa de fôlego do curitibano, bastante marcada pela oralidade, uma voz sem nome ou idade — sabe-se que é o caçula de uma família em ruínas — é quem conta a história. Os cortes são rápidos, a exemplo do que o autor realizou em sua trilogia de contos (Pancrácio, O esculpidor de nuvens e O cão mentecapto), e não faltam tragédias. Há o irmão do crime, o outro queridinho, o pai bêbado e uma mãe submissa. O protagonismo acaba ficando para uma espécie de desespero latente do cotidiano, uma vez que as figuras do romance estão ocupadas demais com a vida como ela é. De acordo com a atriz e dramaturga Dione Carlo, destaque para o ritmo do texto que, “como toda boa literatura, consegue sustentar-se na voz humana, escapa do papel para ser carne”. “Linhares nos coloca para frente, nos convida a pensar a literatura como música, ritmo, pintura, paisagem”, prossegue. “Há uma beleza que perfura os olhos para que vejamos melhor com nossa sensibilidade ativada.”

Rascunho

O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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