🔓 Gripe espanhola revisitada

“A bailarina da morte” recria o ambiente e o contexto em que a doença, há um século, se espalhou pelo Brasil, revelando semelhanças com a covid-19
A gripe espanhola matou cerca de 50 milhões no mundo
22/09/2020

(22/09/2020)

Uma das piores pandemias de todos os tempos, a gripe espanhola (1918-1920) é tema do novo livro das historiadoras Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling. Em A bailarina da morte, as autoras refazem o itinerário da doença, que chegou ao Brasil a bordo de navios vindos da Europa.

A doença foi uma explosão pandêmica de uma mutação particularmente letal do vírus H1N1, matou dezenas de milhares de pessoas no país e cerca de 50 milhões no mundo inteiro.

Em tempos de covid-19, o relato de Schwarcz e Starling chama a atenção pela similaridade do que ocorreu há 100 anos e do que está acontecendo agora. Altamente contagiosa, a moléstia atingiu todas as regiões brasileiras. A “influenza hespanhola” paralisou a economia e desnudou a precariedade dos serviços de saúde. Disputas políticas e atitudes negacionistas de médicos e governantes potencializaram o massacre, que vitimou sobretudo os pobres. Iludida por estatísticas maquiadas e falsas curas milagrosas, a população ficou à mercê do vírus até o súbito declínio da epidemia, no começo de 1919.

A bailarina da morte
Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling
Companhia das Letras
368 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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