Garimpando os fragmentos históricos que compõem o imaginário do cangaço, Edmar Monteiro Filho constrói uma narrativa envolvente que, com delicadeza, flerta com dramas universais. Nela, muitas vozes se misturam, se enfrentam e se contradizem, implicando o leitor na decifração do destino das personagens e, também, na compreensão da alma humana no emaranhado das relações sociais. A polifonia do mundo é expressa em capítulos construídos por testemunhos dos fatos: o discurso das autoridades, a “voz” dos autos criminais, a expressão dissonante do cangaceiro aprisionado e a palavra do autor.