O mote deste álbum do norte-americano Jeff Smith poderia estar um romance gigantesco de Thomas Pynchon. Isso porque RASL é uma graphic novel sombria que mistura roubos interdimensionais de obras de arte, os diários de Nikola Tesla, mitos dos povos originários da América do Norte, um disco de Bob Dylan, experimentos militares e uma paixão tatuada no braço. Rasl é um ladrão especializado em obras de arte. Audacioso e o melhor no que faz, ele deixa sua estranha alcunha grafitada quando rouba, por exemplo, um Picasso. Tudo porque Rasl tem um trunfo que foge da realidade: ele escapa dando saltos entre as dimensões. Mas há muito mais por trás de suas artimanhas. Como e por que ele foi parar no crime? Como consegue dar saltos interdimensionais? Após finalizar o épico Bone, Jeff Smith criou uma história que remete à literatura noir, mesclando ficção cientÃfica com o melhor do romance policial. Um livro que se revela ao leitor camada por camada — antes de entrar na velocidade da luz. Smith afirmou que RASL surgiu do desejo de fazer algo completamente diferente de seu trabalho anterior. Ele teve a ideia em 1999, durante o processo de arte-final de Bone, inspirado por seus pensamentos sobre como filmes como Blade Runner e a série de filmes Bourne poderiam se unir. Smith então conversou com os cartunistas Paul Pope e Frank Miller sobre a ideia e obteve apoio. Smith adiou sua ideia sobre RASL para concluir Bone e voltou a ela em 2007. Ele desenvolveu um esboço de como a história terminaria e o que aconteceria, mas precisava organizá-lo em uma narrativa completa. Então voou para o Arizona, pois sabia que a história se passaria no deserto. Foi quando descobriu que o silêncio e o calor o ajudariam a desenvolver suas ideias para a história e os personagens. Smith também estava interessado nos aspectos visuais do filme noir, como ângulos intensos, sombras pesadas e uma sensação de desconforto. Passou um ano pesquisando as últimas teorias da fÃsica, a Teoria M e a Teoria das Cordas, a partir do trabalho de Brian Greene, Stephen Hawking e Carl Sagan, para ter uma noção do que os cientistas acreditam que está acontecendo com mundos paralelos. Jeff Smith nasceu em 1960, na Pensilvânia. Ganhou dezenas de prêmios, como seus nove Prêmios Harvey: Melhor Cartunista em 1994, 1995, 1996, 1997, 1999, 2000 e 2003, além do Prêmio Especial de Humor em 1994 e o de Melhor Coletânea por Bone: Complete adventures, em 1994. Somam-se a esses, o Prêmio Eisner como melhor roteirista-ilustrador, o Prêmio Yellow Kid, do Salão De Luca, dentre outros.