🔓 A voz do outro

Duas das principais obras do escritor curitibano Carlos Machado voltam ao mercado em reedições Arte e Letra: "A voz do outro" (2004) e "Nós da província: diálogo com o carbono" (2005)
A voz do outro
Carlos Machado
Arte e Letra
01/04/2025

Duas das principais obras do escritor curitibano Carlos Machado voltam ao mercado em reedições Arte e Letra: A voz do outro (2004) e Nós da província: diálogo com o carbono (2005). Os livros, publicados originalmente pela 7Letras na coleção Rocinante, ganharam novo projeto gráfico e novas capas, assinadas pelo artista Fabiano Vianna. Livro de estreia de Machado, A voz do outro traz contos marcados pelo jogo entre memória, identidade e a inevitável influência do outro sobre a construção da voz narrativa. Traços que seriam constantes nas obras futuras do escritor — narrativas em que se sente a atmosfera curitibana e a presença, ainda que de forma velada, das grandes vozes literárias da cidade. Os contos exploram a multiplicidade do eu, em uma escrita que dialoga com a tradição literária, sem deixar de lado a experimentação. Já Nós da província: diálogo com o carbono se ancora na relação entre espaço e pertencimento, revelando uma Curitiba que se reinventa a partir do olhar dos personagens. Sobre A voz do outro, o crítico Wilson Martins escreveu, na época de seu lançamento: “Com o romance em clara fase de abstemia, o conto voltou a ser o gênero favorito, porque, também em literatura, a natureza tem horror ao vaco. A retomada, se pensarmos em termos de longa duração, pode se tratar dos livros de Ruben Fonseca, o que nos transporta a uns bons 70 anos atrás, mas de qualquer maneira, ele permanece como grande mestre do nosso conto moderno, digamos, desde logo, a quem pouco ou nada devem os contistas mais recentes, muitos dos quais estão abandonando o realismo ortodoxo em favor de um surrealismo não menos ortodoxo. Ninguém exemplificaria melhor que Carlos Machado essa mudança de paradigmas em A voz do outro, tanto mais significativa quanto se trata de um contista de Curitiba, uma Curitiba que já nada mais tem em comum com a de Dalton Trevisan”. Desde sua estreia como escritor, Carlos Machado vem construindo uma das carreiras mais prolíficas da literatura curitibana. Depois dos dois primeiros livros de contos, publicou as novelas Balada de uma retina sul-americana (2006) e Poeira fria (2012), voltando às histórias curtas com Passeios (2016) e Era o vento (2019). Em 2024, lançou a coletânea Invisibilidade coletiva, também de contos.

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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