🔓 Romance do marroquino Abdellah Taïa discute preconceitos

“Um país para morrer” traz personagens que, vítimas de uma sociedade hostil aos muçulmanos, vivenciam um lado menos glamoroso das ruas de Paris
Abdellah Taïa, autor de “Um país para morrer”
08/07/2021

As ruas de Paris não são tão glamorosas no romance Um país para morrer, do marroquino Abdellah Taïa. Radicado na França desde 1998, o autor narra histórias de personagens que precisam lidar com diversos tipos de preconceito.

O livro, construído majoritariamente por meio de diálogos, traz figuras como a de uma mulher marroquina que precisa se prostituir para sobreviver na capital francesa e um homossexual que deseja mudar de sexo.

A partir de personagens marginalizados, Taïa escancara a hostilidade de uma sociedade pouco receptiva aos muçulmanos e discute diversos temas, como choque cultural, colonização, liberdade e sexualidade.

“Ao retratar com uma crueza poética quase violenta os sonhos e frustrações dos seus personagens, Abdellah Taïa nos faz olhar nos olhos da injustiça, da desigualdade e da exploração das vidas e dos corpos”, diz a jornalista e escritora Simone Paulino, criadora da Nós.

Abdellah Taïa nasceu em Rabat, no Marrocos, em 1973. Foi o primeiro escritor árabe a assumir sua homossexualidade publicamente. Aquele que é digno de ser amado é seu outro livro traduzido no Brasil.

Um país para morrer
Abdellah Taïa
Trad.: Raquel Camargo
Nós
160 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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