🔓 Os e-books no Brasil

16/03/2012

Com design leve e prático, os e-books estão cada vez mais acessíveis no mercado. Sua principal vantagem é a portabilidade: como se encontra no formato digital, pode ser transmitido rapidamente por meio da internet. Se um leitor que se encontra no Japão, por exemplo, tiver interesse em adquirir um e-book vendido nos Estados Unidos ou no Brasil, pode fazer isso imediatamente e em alguns minutos estará lendo tranqüilamente o seu e-book. Outra vantagem é o preço. Com custo de produção e entrega cada vez mais baixo, um e-book de alto padrão, como os encontrados na internet, pode chegar às mãos do leitor por um preço até 50% menor que um livro impresso.

Ao longo dos últimos 500 anos, desde que Gutenberg inventou a primeira máquina de impressão gráfica, no século 15, a produção de livros, jornais e revistas passou por diversos períodos de transformação, utilizando técnicas tipográficas, linotipo, off-set e impressão digital. Atualmente, os e-books estão mais populares e a tendência é só uma: crescimento. Em março de 2011, a Association of American Publishers divulgou uma pesquisa feita em fevereiro daquele ano, informando que nesse mês as vendas de e-books superaram as dos livros convencionais (encadernado e brochura) se comparadas ao mesmo mês de 2010. Nesta mesma pesquisa foi informado que as vendas renderam mais de US$ 90 milhões no mês. Vale lembrar que a classe média americana é constituída por mais de 120 milhões de habitantes com uma renda que varia de US$ 4.250,00 a US$ 10.250,00 ao mês.

Realidade brasileira
É bem verdade que por aqui a história ainda não é de sucesso. O crescimento é lento e a perspectiva a curto prazo não é animadora. Sempre me perguntam se o livro digital, um dia, substituirá o livro na forma que conhecemos hoje. É uma pergunta muito difícil de ser respondida. Porém, da forma que está caminhando atualmente, ainda levará muitos anos para isso acontecer no Brasil. Como todo avanço brasileiro, nossa realidade é outra.

Mas quais são os motivos para termos essa perspectiva? De um lado estão os editores que já investiram valores significativos na produção dos seus e-books e cujas vendas não decolaram. Do outro lado estão os potenciais consumidores que, apesar do apetite para comprar os e-books, se deparam com preços altos dos livros eletrônicos em português, em geral somente 30% mais baixo que a edição convencional, e com e-readers que ainda chegam ao consumidor com um preço “salgado”. Vale lembrar que nossa classe média, segundo a última pesquisa do IBGE, é constituída por 94 milhões de habitantes e que sua renda varia entre R$ 1.126,00 e R$ 4.854,00. Não podemos esquecer também o serviço de Internet, que é caro e de péssima qualidade.

Em 2011, o Governo Federal brasileiro resolveu se mexer e agir no sentido de baratear o valor dos dispositivos, dando concessões e subsídios para instalações de fábricas com o objetivo de produzir os mesmos no Brasil. Está criando, também, incentivos e programas para uma popularização da banda larga. Algumas editoras, por sua vez, estão formando grupos e criando novas empresas visando difundir e distribuir os e-books.

No entanto, a pergunta persiste. Algum dia o livro digital substituirá o livro físico? Com certeza eles conviverão por muito tempo entre nós, mas, no dia em que as crianças forem alfabetizadas utilizando dispositivos eletrônicos, o livro físico estará com seus dias contados.

É esperar para ver… E boa leitura digital.

Rascunho