Humor e situações absurdas se combinam nos 101 minicontos do livro Cacos, de Carlos Castelo. De acordo com JosĂ© Eduardo Degrazia, no prefácio da obra, as narrativas transmitem “o máximo de intensidade com o mĂnimo de palavras”.
Conhecido pela irreverĂŞncia frente Ă banda LĂngua de Trapo, Castelo nĂŁo Ă© diferente na literatura. Em seus relatos ficcionais, alguns com duas ou trĂŞs linhas, destacam-se o nonsense da vida — e um humor mais macabro, tambĂ©m, como quando o aluno de escrita criativa mata seu professor e colegas a machadadas para ter uma boa histĂłria.
Outro exemplo para entender o estilo do autor está em Achados e perdidos: “Um pouco alcoolizado no sambódromo, acredito que fiz sexo com quatro pessoas ao mesmo tempo. Estava escuro e desconfio que um deles era um cão. Ao acordar, senti falta da minha correntinha com o crucifixo”.
“Se um romance Ă© uma maratona, o microconto sĂŁo cinquenta metros rasos. Carlos convoca todos os mĂşsculos da palavra para atingir o mais rápido possĂvel a linha de chegada”, escreve Gregorio Duvivier no texto de orelha.
Jornalista, poeta e compositor, Carlos Castelo publicou 14 livros. Já transitou pela crĂ´nica, romance, aforismo e poesia satĂrica, entre outros gĂŞneros. Desde 2013, dedica-se exclusivamente Ă s investidas literárias mais curtas.