Cartas #dezembro_16

A opinião, comentários e sugestões dos nossos fiéis leitores
Arte da capa: Ricardo Humberto
31/12/2016

Leitura como obrigação
Não compreendi o propósito do texto A leitura como obrigação, de Carlos Alberto Gianotti [#197]. Sou professora de literatura e não é mais comum, no meu círculo de formação e de trabalho, obrigar a ler determinada obra. O que se faz é mostrar ao aluno as possibilidades de leitura do mundo que as obras literárias proporcionam. Frente aos benefícios, meus alunos não se recusam a ler. Acho estranho o senhor atribuir a leitura a um círculo social restrito de interessados porque “capazes” de ler, e detentores de decisões por isto, e relegar os demais à vida medíocre. Não ter hábito ou gosto pela leitura pode ser uma opção, mas pode ser também resultado de falta de oportunidade de experimentar outra situação. Não se obriga ninguém a ler, mostramos os benefícios e o aluno escolhe buscar esses benefícios ou não.
Cristina Souza • via e-mail

Translato
Depois de começar a ler a coluna Translato, de Eduardo Ferreira, tornei-me muito mais crítico quanto às traduções. Ele me fez perceber a importância que esse processo tem para a obra. Me incentivou, inclusive, a buscar livros no idioma original, o que tem sido uma ótima maneira de me aprofundar em outras línguas que pensava conhecer, mas só agora, depois desse empenho literário, sinto dominá-las de maneira razoável.
Felipe Aguirre Brant • São Paulo – SP

Traduções de poemas
Não gosto muito do estilo de certos poetas americanos, mas a tradução não pode ser tão literal, já que os poemas são tão prosaicos. Há soluções que eliminam pronomes pessoais que abundam no inglês. Não é só uma questão de estilo e sim de eliminar excessos de palavras na tradução. Não resisti rabiscar o Rascunho, procurando um verso melhor em português.
No poema Outubro, de Charles Wright [#199], por exemplo, em vez de “O ar começando a ficar frio”, usando o gerúndio, eu diria “O ar começa a esfriar” deixando “ficar frio” para a linha de baixo, em vez de “acontecer”. Tradução é exercício. Muito exercício. Eu traduzo poesia há muito tempo, há uns 35 anos. E sou poeta pra me ajudar. Difícil ficar feliz com uma tradução que poderia ter ficado melhor. Just for the sake of telling the truth. Nem todo mundo dá sua opinião. Mas precisamos dela para melhorar. Try harder. Já me disseram o mesmo.
Thereza Christina Motta • Rio de Janeiro – RJ

Entrevistas
Amigos, cada vez mais incrível o Rascunho. Mas tenho ressalvas, por exemplo, por que entrevistas com autores jovens que pouco ou quase nada têm a dizer? Também “não sendo nada, não posso querer ser nada”, parodiando o mestre Pessoa; talvez apenas um “curioso do imediato”, no dizer de Durrel. Quem sabe nomes marcantes da ficção contemporânea.
Fausto Toloi • Campina da Lagoa – PR

Nas redes sociais
O jornalismo em papel agoniza, o espaço à literatura se esfarela, e a lindeza do @jornalrascunho aí guerreando. Tem que assinar, gurizada.
Alexandre Alliatti • @Alliatti • Twitter

Achei sensacional o poema do Antonio Cícero [#198]. Um dos raros que já decorei na vida, pois reflete muito o momento que estou vivendo. Agradeço o Rascunho pelo presente.
Marcos Guerson Jr. • Facebbok

Parabéns pelo trabalho impecável e pelo grande destaque aos autores nacionais na edição de novembro! Estou apaixonada pelos textos e pela proposta!
Maria Laura • @malaurapucc • Instagram

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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