🔓 Vidraça_outubro_2010

Trilogia de Karam; Prêmios Portugal Telecom, Jabuti, Bravo!, SM de Literatura Infantil e Juvenil, Príncipe Claus; Beatriz Bracher no Paiol
26/11/2011
Manoel Carlos Karam por Ramon Muniz

 

O nosso herói
A Kafka Edições, comandada pelo escritor Paulo Sandrini, acaba de lançar a Trilogia de Alhures do Sul, reunindo três livros de Manoel Carlos Karam: Fontes murmurantes (1985), O impostor no baile de máscaras (1992) e Cebola (1997). Na orelha deste último, o escritor Joca Reiners Terron definiu: “Karam quase sozinho é o nosso Richard Brautigan, o nosso Kurt Vonnegut, o nosso John Barth, o nosso Georges Pérec, o nosso Donald Barthelme. Ele é o nosso herói. Disso eu tenho certeza”. Karam nasceu em Rio do Sul (SC), em 1947, e mudou-se para Curitiba em 1966, onde morreu, em 2007. Também é autor de Sujeito oculto, Pescoço ladeado de parafusos e Comendo bolacha Maria no dia de São Nunca, entre outros. Quem quiser comprar os relançamentos da Kafka pode adquiri-los no site da editora.

Os dez escolhidos
Na última noite de agosto, foram anunciados os dez finalistas do Prêmio Portugal Telecom: A passagem tensa dos corpos, de Carlos de Brito e Mello; AvóDezanove e o segredo do soviético, de Ondjaki; Caim, de José Saramago; Lar,, de Armando Freitas Filho; Leite derramado, de Chico Buarque; Monodrama, de Carlito Azevedo; O filho da mãe, de Bernardo Carvalho; Olhos secos, de Bernardo Ajzenberg; Outra vida, de Rodrigo Lacerda; e Pornopopéia, de Reinaldo Moraes. Dos 54 pré-finalistas, 38 receberam pelo menos um voto. Das dez obras classificadas, é interessante observar que oito são brasileiras, oito são romances, dois são volumes de poesia e seis são editadas pela Companhia das Letras. As outras editoras são a Rocco, a Objetiva, a Alfaguara e a 7Letras. O vencedor, que será anunciado no dia 8 de novembro, leva cem mil reais. O segundo colocado, 35 mil, e o terceiro, 15 mil. Os júri é formado por Selma Caetano, Leyla Perrone-Moisés, Manuel da Costa Pinto, Benjamin Abdala Jr., José Castello, Alcides Villaça, Antonio Carlos Secchin, Cristovão Tezza, Lourival Holanda e Regina Zilberman.

Jabuti comparado
Um dia depois do anúncio dos finalistas do Portugal Telecom, a Câmara Brasileira do Livro divulgou as listas de indicados ao 52.º Prêmio Jabuti. É interessante comparar os candidatos das três categorias mais populares da premiação — Romance, Contos e crônicas e Poesia — com os do Portugal Telecom. Primeiramente, chama a atenção que nenhum dos indicados ao prêmio luso-brasileiro seja contista ou cronista. Em relação às outras categorias, entre os candidatos a melhor romance, há quatro coincidências: Chico Buarque, Bernardo Carvalho, Carlos de Brito e Mello e Rodrigo Lacerda. Entre os poetas, repete-se a indicação da obra de Armando Freitas Filho. Até o fechamento desta edição, os vencedores ainda não haviam sido anunciados (a divulgação está prevista para 1.º de outubro).

Menos conservador
Já a sexta edição do Prêmio Bravo! Bradesco Prime de Cultura mostrou ser muito menos conservadora. Seus três finalistas na área de literatura são os poetas Carlito Azevedo, com Monodrama, Fabrício Corsaletti, com Esquimó, e a romancista Carol Bensimon, autora de Sinuca embaixo d’água. O anúncio do vencedor acontece no dia 25 de outubro.

Beatriz Bracher, convidada do próximo Paiol Literário.

Bracher no Paiol
Em setembro, o Paiol Literário — projeto promovido pelo Rascunho, em parceria com o Sesi Paraná e a Fundação Cultural de Curitiba — recebeu dois convidados, os escritores Adriana Lisboa e Reinaldo Moraes (leia a transcrição dos melhores trechos desta conversa aqui). E a próxima escritora a participar do evento já confirmou sua presença em Curitiba. No dia 19 de outubro, às 20 horas, no Teatro Paiol — totalmente reformado, e que ganhou poltronas desenhadas pelo designer de móveis Sérgio Rodrigues —, é a vez da paulista Beatriz Bracher, autora dos livros Azul e dura, Não falei, Antonio e Meu amor (vencedor do Prêmio Machado de Assis de 2009 e finalista do Prêmio Jabuti 2010), dar o seu depoimento. A entrada é franca.

Comunidade ibero-americana
No México, a escritora e jornalista Marina Colasanti recebeu uma menção honrosa durante a sexta edição do Prêmio Ibero-americano SM de Literatura Infantil e Juvenil, cujo objetivo é reconhecer autores que escrevam para jovens e crianças em qualquer uma das línguas faladas na comunidade ibero-americana. A ganhadora deste ano foi a argentina Laura Devetach, que receberá 30 mil dólares. Até agora, o único brasileiro a vencer essa premiação, criada em 2005, foi Bartolomeu Campos de Queirós.

Cultura e desenvolvimento
Outra escritora brasileira a ganhar destaque internacional em setembro foi Ana Maria Machado, que ficou entre os agraciados pelo prêmio holandês Príncipe Claus, entregue anualmente a 11 indivíduos ou organizações, de diversos países e quaisquer modalidades artísticas, que tenham uma atuação relevante no campo da cultura e do desenvolvimento.

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