Uma entrevista com Bernardo Carvalho abre a edição de agosto do Rascunho, que já está disponível aos assinantes no site. Carvalho acaba de lançar o romance O último gozo do mundo, que investiga o futuro pós-pandemia por meio da memória.
Na entrevista, o autor carioca dá detalhes sobre a elaboração do livro e comenta outros assuntos relacionados à política e à literatura brasileira. Ele se posiciona contra alguns “dogmas” recentes que têm dado o tom de livros e autores brasileiros.
“Acho que não tem lugar de fala na literatura”, diz. “Não é como um jornalista que está escrevendo um ensaio ou um artigo em que está defendendo uma posição. O interessante é a literatura como uma espécie de abertura para o mundo, quer dizer, em que tudo cabe, tudo se confronta, tudo se choca. E você acaba ali com um estado de perplexidade diante de uma explosão que é o livro.”
Ensaios
A edição 256 também traz dois interessantes ensaios. Em Labirinto de significados, Marcos Alvito traça um guia para o leitor enfrentar a travessia de Grande sertão: veredas, do mineiro João Guimarães Rosa, um dos maiores clássicos nacionais.
Já Fábio Lucas escreve sobre “a resistência do livro” ao longo dos séculos e mostra que esse “objeto, portador de transcendência, existe para muito além de sua materialidade”.
Mulheres falam
Duas das mais destacadas autoras brasileiras contemporâneas falam sobre suas obras. Eliana Alves Cruz, autora do elogiado O crime do cais do Valongo, é a convidada da seção Inquérito e responde a perguntas como: “Quais são as circunstâncias ideais para escrever?”.
A poeta carioca Marília Garcia foi a segunda convidada da 10ª temporada do Paiol Literário, evento promovido pelo Rascunho. Ela relembrou fatos importantes em sua trajetória como poeta e também de seu trabalho na tradução de ficção e poesia, principalmente das línguas inglesa e francesa.
Colunas
Na coluna A literatura na poltrona, José Castello comenta O ar que me falta, romance confessional de Luiz Schwarcz, fundador e editor da Companhia das Letras. E Fabiane Secches, em Cadernos de leitura, compartilha alguns aprendizados que a escritora e crítica literária norte-americana Francine Prose reuniu em Para ler como um escritor. Na coluna Tudo é narrativa, Tércia Montenegro analisa Ada ou ardor, de Vladmir Nabokov, que “completa o desenho espiralado iniciado por Lolita”.
Resenhas
Entre as resenhas, análises sobre o romance de estreia de Fabiane Guimarães, Apague a luz se for chorar (por Edma de Góis), e a longa narrativa O escritor morre ao longo do rio, de Lucas Lazzaretti (por Haron Gamal).
Entre a literatura estrangeira, resenhas dos romances Estrela vermelha, do russo Aleksandr Bogdánov (por Alan Santiago), A caderneta de endereços vermelha, da sueca Sofia Lundberg, e Vida à venda, do japonês Yukio Mishima (por Clayton de Souza).
Recomenda
Na secção “Recomenda”, 16 sugestões escolhidas pelos editores do Rascunho de livros recém-lançados no Brasil. Entre eles, Manual do Minotauro, de Laerte, A abolição do trabalho, de Bruno Borges e Bob Black, A origem da espécie: o roubo do fogo e a noção de humanidade, de Alberto Mussa, e O conto não existe: Sérgio Sant’Anna — Entrevistas e ensaios, de André Nigri e Gustavo Pacheco.
Ficção e poesia
Cinco poetas contemporâneos, selecionados pela editora Mariana Ianelli, apresentam seus trabalhos na edição. São eles: Caio Ricardo Bona Moreira, Gabriela Sobral, Salgado Maranhão, Lubi Prates e Rubens da Cunha. Na prosa, o mineiro Marcos Vinícius Ferreira de Oliveira aparece com o conto A história da espingarda. Além disso, o americano David Hinton tem poemas traduzidos por André Caramuru Aubert.
Colunistas
Um grande time de colunistas completa a edição, com textos de Alcir Pécora, Carola Saavedra, Eduardo Ferreira, João Cezar de Castro Rocha, Jonatan Silva, José Castilho, Luiz Antonio de Assis Brasil, Maíra Lacerda, Nelson de Oliveira, Nilma Lacerda, Ozias Filho, Rinaldo de Fernandes, e Wilberth Salgueiro. A arte da capa é assinada pelo artista Oliver Quinto.
Histórico
O Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000 pelo jornalista e escritor Rogério Pereira. Com sede em Curitiba e distribuído para todo o Brasil e exterior, é nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs. O conteúdo mensal aborda a produção dos principias nomes da literatura brasileira e estrangeira.
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