Pai contra mãe é a história de um desempregado, Cândido Neves, que, por pressões financeiras e familiares, atua como caçador de escravos fugidos, que era um dos ofícios da época (escravidão no Brasil) em que se desenrola o enredo do conto. Tendo se casado com Clara, costureira, Cândido Neves, às vésperas do nascimento do filho, é posto para fora do imóvel (uma “casa pobre”) onde morava — e vai com a esposa viver de favor num aposento. Por pressão de Mônica, tia de Clara, Cândido Neves se vê obrigado a entregar o recém-nascido à Roda dos Enjeitados (para ser acolhido por uma instituição). Ao se dirigir com o filho à Roda dos Enjeitados, se depara com Arminda, uma escrava fugitiva, cuja captura seria recompensada com um bom dinheiro. Cândido Neves, pedindo a um farmacêutico que fique por um instante com o seu filho, captura, com energia, contendo-lhe os esforços para se livrar de seus braços, a escrava e a conduz ao seu senhor/proprietário. Arminda, que estava grávida, após a luta com Cândido Neves, e apavorada por reencontrar o seu senhor, sentindo dores, aborta. Cândido Neves recebe a gratificação pela captura de Arminda e pega seu filho de volta com o farmacêutico. Com o dinheiro, não leva mais o filho à Roda dos Enjeitados — volta com ele para casa. Como mecanismo de compensação, para aplacar a sua culpa, já que para ficar com o filho a escrava teve que perder o dela, Cândido Neves julga: “Nem todas as crianças vingam”.