Autor de clássicos da MPB, como “Expresso 2222” e “Aquele abraço”, o músico baiano foi eleito nesta quinta-feira (11) para a cadeira número 20 de ABL. Ele recebeu 21 votos, superando o poeta Salgado Maranhão na disputa, que teve sete votos. Foram 4 votos em branco e 2 nulos.
Gil acompanhou a votação na casa de amigos em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Após o resultado, o artista disse que a sua entrada na ABL representa uma abertura maior da instituição.
Hoje, dos 40 acadêmicos (há três cadeiras vagas), apenas Gil e o professor Domício Proença Filho, que foi presidente da academia em 2016 e 2017, são negros. Assim como as mulheres também são minoria — com a entrada de Fernanda Montenegro, eleita na semana passada, elas são seis na instituição.
“Nós, eu e Fernanda Montenegro, fomos eleitos porque já temos uma obra; entramos na ABL por conta do que já fizemos e daquilo que representamos para a cultura brasileira. Acho que minha entrada é uma indicação de que a ABL quer se abrir pra novos caminhos”, disse o músico em entrevista à GloboNews.
Gilberto Gil publicou livros sozinho e em parceria com outros autores, entre eles Gilberto bem perto e Cultura pela palavra: artigos, entrevistas e discursos dos ministros da cultura 2003-2010.
Cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor musical, Gil é, junto com Chico Buarque e Caetano Veloso, um dos artistas de MPB mais celebrados do país. Nos anos 1960, ele fez parte do movimento Tropicalista, que mudou os rumos da música brasileira ao misturar conceitos e gêneros sonoros. Com mais de 60 álbuns, entre 1998 e 2019 ele recebeu 9 prêmios Grammys.