Ignácio de Loyola Brandão é uma das 11 vozes que narram a versão em áudio do seu mais recente romance, o distópico Desta terra nada vai sobrar, a não ser o vento que sopra sobre ela, lançado em 2018 pela Global.
A adaptação do livro levou cinco meses para ficar pronta, desde a preparação do texto, da trilha e efeitos sonoros, para depois entrar em processo de mixagem. O romance é uma sátira política, social e moral da atualidade, que traz para a ficção as turbulências do Brasil contemporâneo.
A obra fecha a trilogia de romances distópicos de Loyola Brandão, composta ainda pelos clássicos Zero (1975) e Não verás país nenhum (1981). O livro transcorre em um futuro incerto no qual, ao nascerem, todos recebem tornozeleiras eletrônicas e são vigiados por câmeras espalhadas por todos os lugares.
A terra de incertezas — que ao mesmo tempo é tão familiar — foi devastada por uma peste que se tornou uma epidemia que dissolve corpos. As escolas foram abolidas, a eutanásia foi legalizada para idosos. Ninguém governa, ministérios foram extintos, mais de mil partidos coexistem e, no meio disso tudo, acontece a história de amor entre Clara e Felipe.
Ocupante da Cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras (ABL), Ignácio de Loyola Brandão será homenageado como Personalidade Literária do Ano pela 63ª edição do Prêmio Jabuti. Ao longo de sua carreira, Ignácio recebeu diversos prêmios, entre eles o próprio Jabuti em cinco oportunidades. Jornalista, chegou a São Paulo em 1957. Trabalhou no jornal Última Hora até 1966. Depois, editou as revistas Claudia, Realidade, Planeta, Lui, Ciência e vida e Vogue. Em 50 anos de vida literária, publicou mais de 40 obras.