Alice Walker começou a registrar ideias, percepções e sentimentos em diários aos 18 anos de idade e nunca mais parou. As confissões, que somam mais de 65 volumes, foram organizadas por quase uma década pela professora, escritora e crítica literária Valerie Boyd. O resultado é Colhendo flores sob incêndios: os diários de Alice Walker 1965-2000.
O livro traz a intimidade dessa autora que foi ativista no Movimentos pelos Direitos Civis, marchando ao lado de Martin Luther King Jr.; casou-se com um advogado judeu, desafiando as leis contra o matrimônio inter-racial; escolheu realizar um aborto precoce; anos depois deu à luz a filha em meio à escrita de seu primeiro romance; ganhou o Prêmio Pulitzer de ficção; desafiou padrões ao assumir-se bissexual; e denunciou práticas de mutilação genital feminina.
Mulher negra, nascida em uma família grande e de poucos recursos no Sul dos Estados Unidos, Alice Walker se tornou uma das mais importantes personalidades mundiais. Seu romance A cor púrpura é considerado um clássico contemporâneo da literatura, adaptado para o cinema e para o teatro, em um musical que vem sendo apresentado nos palcos brasileiros.
Em dezembro deste ano, essa adaptação musical estreia nos cinemas, com produção de Oprah Winfrey, Steven Spielberg e Quincy Jones, e grandes nomes no elenco, como os atores Colman Domingo, Halle Bailey e Aunjanue Ellis e os cantores H.E.R. e Jon Batiste.