Após ser publicado em várias coletâneas, o pernambucano Ney Anderson estreia efetivamente com os contos de O espetáculo da ausência. As narrativas, passadas no Recife, não buscam o final feliz, mas a inospitalidade do real — como em Estação final, por exemplo, no qual um vagão de trem serve para aglomerar toda sorte de gente — de amigas conversando banalidades a vendedores e pedintes de todos os tipos, que precisam apelar “pelo o amor do Deus de Abraão” em busca de alguma atenção.