Com o romance Sorte (2018), editado pela Moinhos, Nara Vidal foi uma das vencedoras do PrĂŞmio Oceanos de 2019. Mais recentemente, no final do ano passado, a escritora e tradutora mineira — radicada na Inglaterra — retornou Ă s narrativas breves em Mapas para desaparecer. Nos 11 contos, a autora parece dar continuidade a um projeto literário que se propõe a explorar o universo feminino e questões que o acompanham, em tramas sobre o desgaste de um casamento, abusos, exploração social, desaparecimento e repressĂŁo sexual, trazendo Ă tona diferentes formas de submissĂŁo. Se em sua primeira obra de fĂ´lego foi retratada a situação degradante de uma imigrante no Brasil do sĂ©culo 19, em uma sociedade marcada pela escravidĂŁo e violĂŞncia, nos novos textos Nara sugere que o ciclo de Ăłdio nĂŁo chegou ao fim. Para o crĂtico SĂ©rgio Tavares, em texto publicado no Estado de Minas, o conjunto “manifesta toda aversĂŁo a comportamentos destrutivos de violĂŞncia, de submissĂŁo, de cancelamento da mulher”.