Na novela Fronteyra, o escritor e professor goiano Adérito Schneider aposta na escrita do portunhol selvagem — inaugurado por Wilson Bueno, em Mar Paraguayo (1992), e sedimentado pelo poeta carioca Douglas Diegues — para narrar a jornada de dois amigos que, entediados após a festa de formatura do ensino médio, buscam outras formas de diversão envolvendo estranhos rituais.
Em pré-venda pela editora curitibana Madame Psicose, a novelita combina uma “pegada” beatnik com romance de formação e acena para outras escolas literárias — realismo fantástico, surrealismo e horror. O destaque da obra, apesar dessa miscelânea estilística, fica por conta da radicalização da linguagem:
Um de los grandes mystérios da existencia humana es que un solo acontecimento pode cambiar para siempre o curso de nuestras vidas, pero generalmente não nos damos conta disso no momento exacto em que ocurre el fato. A veces, é un episódio banal que incluso pode passar batido. Ocasionalmente, te das cuenta de la importância do incidente na hora en que la porra toda acontece.
Aos leitores não tão habituados à ficção experimental, é possível conhecer outra faceta de Schneider — mais amena, digamos — no conto O pistoleiro, publicado em julho de 2023 no Rascunho.