🔓 Portunhol selvagem marca narrativa de Adérito Schneider

Romance de formação e road novel beatnik dividem espaço nas páginas do novo livro do escritor e professor goiano
Adérito Schneider, autor de “Fronteyra”
19/11/2025

Na novela Fronteyra, o escritor e professor goiano Adérito Schneider aposta na escrita do portunhol selvagem — inaugurado por Wilson Bueno, em Mar Paraguayo (1992), e sedimentado pelo poeta carioca Douglas Diegues — para narrar a jornada de dois amigos que, entediados após a festa de formatura do ensino médio, buscam outras formas de diversão envolvendo estranhos rituais.

Em pré-venda pela editora curitibana Madame Psicose, a novelita combina uma “pegada” beatnik com romance de formação e acena para outras escolas literárias — realismo fantástico, surrealismo e horror. O destaque da obra, apesar dessa miscelânea estilística, fica por conta da radicalização da linguagem:

Um de los grandes mystérios da existencia humana es que un solo acontecimento pode cambiar para siempre o curso de nuestras vidas, pero generalmente não nos damos conta disso no momento exacto em que ocurre el fato. A veces, é un episódio banal que incluso pode passar batido. Ocasionalmente, te das cuenta de la importância do incidente na hora en que la porra toda acontece.

Aos leitores não tão habituados à ficção experimental, é possível conhecer outra faceta de Schneider — mais amena, digamos — no conto O pistoleiro, publicado em julho de 2023 no Rascunho.

Fronteyra
Adérito Schneider
Madame Psicose
72 págs.
Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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