Morreu neste domingo (21), em São Paulo, o editor, escritor e jornalista baiano Gumercindo Rocha Dorea. Ele tinha 96 anos e estava com câncer. Dorea fundou a editora que leva as iniciais de seu nome, GRD, e foi o primeiro editor de Rubem Fonseca, Nélida Piñon e Fausto Cunha. Ele também foi pioneiro na criação de um selo para editar obras de ficção científica no país.
Em 1961, publicou a primeira Antologia brasileira de ficção científica, com trabalhos de Diná Silveira de Queiroz, Antônio Olinto, Rachel de Queiroz e Fausto Cunha, dentre outros. Sua importância para a divulgação do gênero no Brasil é reconhecida em um verbete da SFE (Science fiction encyclopedia), de Londres.
Outro fato importante em sua biografia é que ele participava das atividades da Ação Integralista Brasileira e se tornou editor do líder Plínio Salgado (1895-1975). Também foi dirigente da Frente Integralista Brasileira, movimento de inspiração facista.
Em 1956, Dorea fundou a GRD, com a edição de Filosofia da linguagem, de Herbert Parentes Fortes. Formado em direito, Gumercindo estimava ter lançado cerca de 300 livros em seis décadas.
O editor foi o responsável pelas primeiras edições de Os prisioneiros (1963) e A coleira do cão (1965), livros considerados “seminais” entre a produção de contos de Rubem Fonseca.
Marco literário do século 20 no Brasil, Fonseca é considerado um dos maiores contista de todos os tempos. Feliz ano novo (1975) e O cobrador (1979) são outras de suas coletâneas de contos que ainda fazem grande sucesso e parte de sua melhor produção. Mineiro radicado no Rio de Janeiro, Fonseca também foi romancista, roteirista e ensaísta. Em 2003 venceu o prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa. Morreu em 15 de abril de 2020.