A jornalista e escritora Joan Didion morreu na manhã desta quinta-feira (23), aos 87 anos, em decorrência da doença de Parkinson. A informação foi divulgada por Paul Bogaards, da Knopf, que publicava a autora norte-americana.
Didion se firmou, ao longo dos mais de 50 anos dedicados à escrita, como um dos principais nomes do new journalism. Sua primeira coletânea de ensaios, Rastejando até Belém (1968), mergulha no cenário de um efervescente Estados Unidos contracultural.
“Joan Didion surpreende sempre com uma elegância e delicadeza incomparáveis”, anotou Silvio Demétrio em ensaio publicado no Rascunho de outubro deste ano. “Não existe possibilidade nos textos de Didion para qualquer lugar-comum.”
Apesar de uma trajetória festejada, a vida da autora também foi marcada por tragédias. Ela precisou lidar com a morte de seu marido, John Gregory Dunne (1932-2003), e a partida de sua filha, Quintana, em 2005.
Essas dolorosas experiĂŞncias deram origem ao livro de memĂłrias e reflexões O ano do pensamento mágico, reeditado no inĂcio de 2021 pela HarperCollins e vencedor do National Book Award de 2005.
Para conhecer melhor a trajetĂłria de Didion, está disponĂvel na Netflix o documentário The center will not hold. Ela conta que ganhou o primeiro caderno da mĂŁe, com a sugestĂŁo de que escrevesse o que estivesse em sua mente. Apesar de ainda nĂŁo saber direito como fazer isso, Didion lembra que, ao pĂ´r as ideias no papel, sĂł queria que aquilo continuasse.