Oriundo da famosa e tradicional oficina de criação literária conduzida há mais de 30 anos por Luiz Antonio de Assis Brasil, colunista do Rascunho, o gaúcho Thiago Souza de Souza estreia na literatura com o romance Jamais serei seu filho e você sempre será meu pai, publicado pela Taverna.
No livro, Souza narra uma história sobre perda, ausência e silêncios preenchidos por cartas escritas ao pai, morto aos 36 anos, quando o filho tinha apenas três anos. Para elaborar seu luto, ele imagina também as respostas do pai e, para tentar entender o que aconteceu na noite de sua morte, uma terceira narradora entra em cena.
“Um corpo magro, um vício em álcool e em nicotina, talvez em jogos também, uma trombose, um marido ausente, um pai que não teve muito tempo para melhorar como pai — era melhor ter tido tudo isso do que não ter nada”, escreve um dos narradores do romance.
Vivendo com a mãe e a irmã, no mesmo terreno em que mora o resto da família, inclusive a avó paterna, que lhe nega afeto e palavras, o menino vai crescendo sem saber ao certo de que o pai morreu. Mas, como ele próprio diz, não saber era um alívio.