🔓 Até na literatura, Cunha?

Notas sobre o mercado editorial
DF – CUNHA/JORNALISTAS – POLÍTICA – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concede entrevista aos jornalistas setoristas da Câmara fazendo um balanço do primeiro semestre do ano, em uma café da manhã oferecido no anexo IV na Câmara dos Deputados, em Brasília. 16/07/2015 – Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO
28/05/2017

DF - CUNHA/JORNALISTAS - POLÍTICA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), concede entrevista aos jornalistas setoristas da Câmara fazendo um balanço do primeiro semestre do ano, em uma café da manhã oferecido no anexo IV na Câmara dos Deputados, em Brasília. 16/07/2015 - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO

Uma ação movida pelo ex-deputado federal e presidiário Eduardo Cunha proibiu a venda de Diário da cadeia, publicado pela Record sob pseudônimo homônimo ao de Cunha. A editora defende que nunca divulgou a obra como autobiográfica e que sempre deixou claro que o autor não se trata do ex-presidente da Câmara dos Deputados. O editor Carlos Andreazza condena a ação e relembra que o uso de pseudônimo é um recurso comum na literatura. A Record entrou com um recurso contra a ação. Até o fechamento desta edição, Diário da cadeia ainda estava impedido de circular. Caso descumpra a ordem judicial, a Record está sujeita a uma multa de R$ 400 mil.

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Um novo mentecapto
Otávio Linhares lança em 6 de maio seu terceiro livro, O cão mentecapto, que encerra a Trilogia da Turbulência — composta também de Pancrácio (2013) e O esculpidor de nuvens (2015), todos editados pela Encrenca. Composto de 16 contos, o livro é um jogo de espelhos entre emoções embaralhadas, ambientes agressivos, mortes, excitações e brutalidades. O ritmo acelerado de seus narradores permite que Linhares crie um diálogo interessante entre o caos da cidade e seus habitantes. O lançamento acontece na Arte & Letra (Alameda Dom Pedro II, 44, Curitiba – PR), às 11h.

Jabuti atualizado
Luiz Armando Bagolin será o novo curador do Prêmio Jabuti. Ele pretende atualizar a premiação, a mais longeva em território brasileiro. O primeiro ponto a ser analisado é o regulamento do concurso que, de acordo com o novo curador, apresenta muitas lacunas. Confusões nas premiações se tornaram corriqueiras. E o Jabuti perdeu espaço para prêmios com valores mais expressivos e mais bem organizados, como o Oceanos e prêmio São Paulo. Também prevê a inclusão de histórias em quadrinhos entre as categorias premiadas.

Chilena na Flip
A Flip — de 26 a 30 de julho e que neste ano homenageia Lima Barreto — confirmou a presença da chilena Diamela Eltit, considerada pelo suplemento Babelia, do El País, um dos nomes mais importantes da literatura latino-americana. Ainda inédita no Brasil, Eltit terá Jamas el fuego nunca (2007) publicado pela Relicário, com tradução de Julián Fuks.

A volta do Lima
No embalo da Flip, a Companhia das Letras deve lançar a biografia de Lima Barreto, escrita por Lilia Schwarcz. A editora está programando também novas edições de Cemitério dos vivos e Diário íntimo, com organização de Augusto Massi. A Autêntica anunciou o relançamento da biografia A vida de Lima Barreto, de Francisco Assis Barbosa, enquanto a e-galáxia prepara os e-books de crônicas Lima Barreto e a literatura, organizado por Felipe Correa Botelho, e dos ensaios de Beatriz Resende sobre o autor.

Literatura no bar
Os escritores Jéferson Assumção, Nicolas Behr, José Rezende Jr., Paulliny Gualberto Tort e Maurício de Almeida resolveram levar a literatura aos bares da capital federal. O festival Movida Literária, previsto para maio, nasceu da necessidade de os autores divulgarem seus trabalhos fora do eixo ortodoxo de promoção. Sem patrocínio ou incentivo do governo, o evento terá 14 mesas compostas por autores de prosa e poesia, que conversarão sobre os desafios e os processos criativos da produção literária. Já estão confirmados Marcelino Freire, eleito o “Boêmio da Vez”, e Sheyla Smanioto, autora do premiado romance Desesterro. Para financiar o festival, o grupo de amigos criou uma campanha de arrecadação coletiva. Para contribuir: www.catarse.me/movida_literaria. 

Literatura de cordel
Por meio de seu escritório no Rio de Janeiro, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos disponibilizou um grande acervo de materiais a respeito da literatura de cordel. Chamado de Brazil Cordel Literature Web Archive, o arquivo é uma importante fonte de pesquisa sobre esse gênero literário tão brasileiro. No total, as coleções disponíveis no site www.loc.gov/collections/brazil-cordel-literature-web-archive/ somam 12 mil peças.

Breves
• O Sesc Paraná abriu inscrições até 20 de maio para a seleção de Contos Infantis. O tema é “O Estado do Paraná e seus elementos culturais”. Mais informações: www.sescpr.com.br/cultura/editais/.

• Desde meados de abril, a Amazon permite a venda de livros novos e usados por qualquer empresa ou pessoa. Com a nova estratégia, a varejista diz ter ampliado seu catálogo em 150 mil títulos e se torna concorrente direto dos sites Estante Virtual e Livronauta.

• O primeiro trimestre de 2017 fechou no azul para o mercado editorial no Brasil. De acordo com o Painel de Vendas de Livros, o segmento cresceu 13,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.

• O escritor e economista mineiro Edmar Lisboa Bacha tomou posse na Academia Brasileira de Letras, ocupando a Cadeira 40.

• A Google e a FDT Educação fecharam uma parceria para disponibilizar conteúdo pedagógico na plataforma Google for Education. A ação deve entrar em prática ainda em 2017.

• A editora Gente, por meio do selo Única, publicará em solo tupiniquim The sister, best-seller de Louise Jensen que se tornou coqueluche no Canadá e no Reino Unido. A expectativa é que livro chegue às livrarias em setembro deste ano e, a princípio, se chamará A irmã.

• O compositor valenciano Francisco Coll, em entrevista ao jornal El País, disse que Bob Dylan não merecia levar o Nobel, nem mesmo se houvesse um Nobel de música.

Rascunho