Escalações e atuações
Time: Ainda estou aqui
Técnico: Walter Salles
Fernanda Torres (capitã) – nota: 9,9
Veterana da competição, Fernanda foi o pilar do grupo. Ao atuar, trouxe emoção pura, aquele olhar perdido no horizonte que diz “eu vivi isso”, enquanto fazia tabelinha com a câmera em inúmeros momentos. No momento decisivo dos pênaltis, bateu com firmeza no canto esquerdo do Emilia Pérez. Experiência é tudo.
Selton Mello – nota: 9,5
Não é à toa que é camisa 10. Criativo, envolvente e cheio de possibilidades dramáticas, Selton alternou performances melancólicas e humoradas. Fez o que quis com o roteiro e ainda cobrou o pênalti com aquele olhar de “sou introspectivo, mas carismático”. Gol de placa.
Daniel Dantas – nota: 8,5
O pensador do grupo: discreto, porém crucial nas transições entre momentos reflexivos e de alívio cômico. Marcou o ritmo sem chamar atenção, mas no momento da penalidade, mostrou que, quem come quieto, chuta forte.
Gabriela Carneiro da Cunha – nota: 8,0
Trouxe consistência ao elenco. Segura em sua fé cênica, segurou os vilões internos e externos do roteiro com maestria de quem entende do jogo. Teve sangue frio na hora da cobrança. Nenhuma lágrima falsa, só atuação sólida.
Walter Salles (técnico) – nota: 9,8
Estratégico, sensível e milionário. Montou o elenco para emocionar, sem apelar. Fez substituições precisas (o flashback no segundo tempo foi puro gênio) e ainda manteve o time focado quando a pressão do Oscar bateu forte.
Time: Emilia Pérez
Técnico: Jacques Audiard
Karla Gascón (capitã) – nota: 9,1
Intensa, Karla foi o motor do grupo. Com uma performance multifacetada e cheia de vigor, carregou a trama nas costas em vários momentos. Nas penalidades, bateu com tanta potência dramática que quase quebrou a trave da Academia. Gigante.
Selena Gomez – nota: 8,0
Atuou como escada de Gascón e agregou brilho. Só pecou pela leveza em momentos que pediam mais intensidade. Foi a aposta midiática do elenco, com momentos de grande criatividade, mas na hora do pênalti errou feio o alvo.
Zoe Saldaña – nota: 9,0
Versátil e com presença de tela absurda. Zoe foi quem melhor equilibrou drama e ação nos últimos minutos. No pênalti, mandou um foguete no ângulo, mas o Oscar gosta mesmo é de um gol chorado.
Eduardo Aladro – nota: 7,0
Cracaço. Garantiu que o espetáculo ficasse ainda mais lindo de se ver, mas, como dizem na várzea, virtuosismo sozinho não ganha Oscar. Bateu o pênalti sem muita convicção e a bola voou para os camarins.
Jacques Audiard (técnico) – nota: 8,5
Conhecido pela ousadia, Audiard apostou em estratégias visuais, porém, pecou pela complexidade. O grupo flertou com o genial, mas a Academia prefere histórias que acertam direto no peito, e não no labirinto da alma.
Análise da competição
Ainda estou aqui atuou com alma. Não foi o filme mais brilhante tecnicamente, mas apostou na emotividade — aquela que faz o público vibrar sem saber por quê. A cadência narrativa de Walter Salles foi impecável. Mandou o time tocar a bola até a lágrima escorrer no rosto do torcedor.
Emilia Pérez, por outro lado, veio com ousadia técnica. Criou uma trama visualmente belíssima, com atuações sólidas, mas falhou em obter aquele momento de catarse que os votantes da academia tanto adoram.
Local: Teatro Dolby, Hollywood, Los Angeles, Califórnia
Juiz: 9.900 membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas
Público: Lotação máxima.
Tempo regulamentar: 3 atos + pênaltis