Diversão e realismo em Lygia Bojunga (2)

A conversa sobre nascimento e relações familiares no romance “Angélica”
Lygia Bojunga, autora de “Angélica”
01/03/2024

Prosseguindo na abordagem do livro infantojuvenil Angélica, de Lygia Bojunga. A cegonha — Diálogo entre Angélica (que é uma cegonha) e Porto (o porco que trocou de nome). Angélica fala do seu país, que fica “Lá. Depois daquele mar”, e defende que “nenhum país é melhor que o outro: um é mais legal numa coisa, outro, noutra”. Angélica dá ainda informações sobre sua família: diz que seus oito irmãos se chamam “Lua, Luva, Luís, Lux, Ludo, Lume, Lucas e Lutero”. Questionada por Porto a razão de se chamar Angélica (portanto, não ter um nome se iniciando com L), ela responde: “Mamãe disse que assim que eu nasci eles viram logo que eu ia ser diferente”. Angélica informa ainda que não sabe viver na “mentira”, “no fingimento” (o que terá a ver com a narrativa, mentirosa segundo Angélica, de que gente nasce por intervenção e/ou ação da cegonha). Angélica mostra para Porto o botão que tem no alto da cabeça, o qual serve para “abotoar as ideias” (significando que o indivíduo precisa ter ideias bem conectadas, bem articuladas, para facilitar a solução de problemas).

Rinaldo de Fernandes

É escritor e professor de literatura da Universidade Federal da Paraíba. Autor de O perfume de Roberta, entre outros.

Rascunho