Para Leyla Perrone-Moisés, no livro O novo romance francês, a terceira e quarta marcas do Novo Romance (Nouveau Roman) são: 3) A “escola do olhar” — é a apreensão do mundo pelo “sentido da visão”. Os romancistas dessa escola “procuram dirigir ao mundo um olhar limpo, pronto para o espanto de haver um mundo e disposto a partir do início, isto é, das aparências, para a descoberta do real; sua intenção é descrever as coisas com a máxima objetividade, comunicar ao leitor sua impressão do peso e da opacidade do universo, sem avançar qualquer conjetura sobre o sentido deste”. Seria em decorrência da “Civilização da Imagem” (termo com o qual o crítico de arte René Huyghe caracterizou o século 20): “estamos vivendo um século de intoxicação visual, devido à infinita variedade de formas que nos chegam aos olhos diariamente através da fotografia, da televisão, do cinema, dos cartazes publicitários”. Daí também o Novo Romance ser influenciado pelo cinema; 4) O objeto no Novo Romance — o objeto, de Proust em diante, teria passado a ter um valor mais “psicológico, subjetivo”. Com o Novo Romance, passou a ser visto “de forma mais objetiva e concreta”. O homem é visto ligado indissoluvelmente ao seu campo de ação, aos objetos. Estes chegam mesmo a rivalizar com o homem em importância. O homem seria visto como “um objeto entre outros”.