O segundo romance sobre a Guerra de Canudos comentado no livro Canudos – conflitos além da guerra: entre o multiperscpectivismo de Vargas Llosa (1981) e a mediação de Aleilton Fonseca (2009), de Adenilson de Barros de Albuquerque e Gilmei Francisco Fleck, é João Abade, de 1958, de João Felício dos Santos: “Esta narrativa, considerando-se o posicionamento de Carpeaux (1958), pode ser apontada como um primeiro divisor de águas entre as antecedentes leituras positivistas, ‘oficiais’, sobre os eventos canudenses, e uma história sob a perspectiva dos vencidos. João Abade é uma ficção representativa de uma ‘história vista de baixo’ […], uma visão crítica sobre Canudos que seria também desenvolvida em romances posteriores”. O terceiro romance é A casca da serpente, de 1989, de José J. Veiga. Trata-se de um romance, alertam os pesquisadores, construído “sob o signo do real maravilhoso, do realismo mágico ou do elemento fantástico”. Assim, o romance de José J. Veiga propõe “uma leitura alternativa sobre Antonio Conselheiro, apresentando-o por meio de uma configuração em grande medida modificada em comparação à ideia que dele fazem muitos escritores” [neste romance de José J. Veiga são retomados os momentos finais da Guerra de Canudos e o Conselheiro, com a quarta expedição do exército, não morre, partindo para a construção de um novo arraial]. O quarto romance comentado é Canudos – as memórias de frei João Evangelista de Monte Marciano, de 1997, de Ayrton Marcondes: “Escrita em primeira pessoa, essa narrativa representa a versão histórico-ficcional do frei que esteve em Canudos, em 1895, com a missão de dissuadir os sertanejos sobre a aglomeração que se formava naquela localidade”. No romance, “o frei é representado como um velho à beira da morte, refletindo, entre outras coisas, sobre as causas e as consequencias da sua missão mal sucedida”.