Em seu novo livro de ensaios, o professor da Princeton University e atual co-curador da Flip, Pedro Meira Monteiro, transita por temas como literatura, música, cinema, artes visuais e filosofia. Os textos de Nós somos muitas: Ensaios sobre crise, cultura e esperança foram escritos ao longo de mais de uma década.
Boa parte deles foi concebida quando a atual guinada autoritária ainda não havia se desenhado, testemunhos de um tempo em que ainda era possível colher, no presente, a promessa de uma sociedade menos desigual. “A política, mais que nunca, é pulsão. Mas é justamente aí, diante dos desejos mais recônditos e diante da memória coletiva, que a cultura tem muito a dizer”, explica o autor.
A edição de Nós somos muitas, publicado pela Relicário, é um projeto multiplataforma. Inclui QR Codes para áudios de Arto Lindsay, notas e comentários de Flora Thomson-Deveaux e obras visuais de Rogério Barbosa.
Pedro descreve o processo deste livro como o resultado de um desejo de se soltar das amarras da escrita acadêmica, no entanto com cumplicidade profunda entre o que produzia na universidade e o que essa outra escrita, em geral mais leve, o permitia dizer. Segundo o autor, em “Nós somos muitas”, ensaio que nomeia o título do livro, ali se desdobra uma pergunta sobre os limites do pertencimento.
Pedro Meira Monteiro é professor titular de literatura brasileira na Princeton University, onde dirige o Departamento de Espanhol e Português e é filiado ao Programa de Estudos Latino-americanos e ao Brazil LAB, do qual foi um dos fundadores. Foi professor-visitante em diversas universidades, dentro e fora do Brasil.
É também colaborador de revistas como Piauí e serrote, e autor de Mário de Andrade e Sérgio Buarque de Holanda (Companhia das Letras/Edusp/IEB-USP, Prêmio ABL de Ensaio 2013), Conta-gotas (E-galáxia) e A queda do aventureiro. É co-curador da Flip nas edições 2021 e 2022.