Foi lançado hoje, na França, o novo romance do polêmico Michel Houellebecq. Anéantir (Destruir), como já aconteceu com outros livros do autor, tenta “prever” fatos da vida política francesa. Neste caso, as próximas eleições presidenciais, que acontecem em abril.
Anéantir tem 730 páginas e sai com uma primeira tiragem considerável de 300 mil cópias. O romance começa durante uma campanha eleitoral fictícia em 2027. Marine Le Pen deixou o cargo de líder do Rally Nacional, mas o candidato de extrema direita Éric Zemmour ainda está gerando polêmica.
O presidente Emmanuel Macron é outra figura da vida real que, embora não seja identificada, parece representado, assim como Bruno Le Maire, o atual ministro da Economia. Le Maire, amigo de Houellebecq, é a inspiração para Bruno Juge, um dos protagonistas da história.
Após dois mandatos do líder inspirado em Macron, Houellebecq apresenta um país que está de joelhos, com altos níveis de desemprego e pobreza. Acredita-se que as sátiras anteriores de Houellebecq tenham influenciado a política francesa.
Em seu best-seller de 2015, Submissão, a França elege um presidente muçulmano, e o romance despertou o temor de uma onda islâmica da França. Já por seu romance de 2019, Serotonina, que criticava a globalização e a UE, o escritor foi festejado por prever o movimento dos Coletes Amarelos.