Em transmissão realizada na manhã desta quarta-feira (8), o Prêmio Oceanos anunciou os vencedores de 2021. O timorense Luís Cardoso, autor de O plantador de abóboras, ficou em primeiro lugar. A segunda posição é do brasileiro Edimilson de Almeida Pereira, com O ausente, e Gonçalo M. Tavares, de Portugal, ficou em terceiro com O osso do meio.
É a primeira vez que um escritor do Timor-Leste figura entre os vencedores do concurso. Em O plantador de abóboras, Cardoso empresta vozes femininas para narrar os horrores de três guerras pelas quais seu país de origem passou. “Mulheres me contaram histórias”, diz o autor. “Mulheres que sofrem na carne, no corpo, na alma.”
No livro que ficou em segundo lugar, O ausente, Edimilson de Almeida Pereira utiliza o cenário rural para narrar os embates de Inocêncio, protagonista da obra, que luta contra todo um sistema de predestinação — segundo explicação do próprio autor.
“O romance não é marcado pela lógica regional”, diz o mineiro, que neste ano também venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com Front. “O que ele discute são grandes problemas que dizem respeito ao inconformismo de determinados sujeitos em relação aos grandes sistemas impostos.”
A terceira posição é ocupada por Gonçalo M. Tavares. No livro O osso do meio, que faz parte da tetralogia O reino, o português utiliza o período do pós-guerra para narrar a trajetória de três homens e uma mulher. De acordo com o autor, trata-se de “um estudo sobre o mal e a violência”.
O Prêmio Oceanos 2021 avaliou 1.835 obras de dez países, sendo a edição com maior diversidade. A angolana Ana Paula Tavares, os portugueses António Guerreiro e Golgona Anghel e os brasileiros Itamar Vieira Junior, Julián Fuks, Maria Esther Maciel e Veronica Stigger foram os jurados da etapa final do concurso.