O colunista do Rascunho Wilberth Salgueiro dedica seu novo livro de poesia aos sonetos. O autor “assume” o gênero já no título da obra, chamada Sonetos. É o sexto livro de poemas do escritor, que também é autor de seis obras sobre crítica literária e uma narrativa infantojuvenil.
Professor titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Salgueiro afirma que o soneto é só um “disfarce para mil experimentações”, ao contrário do que pensam àqueles que o consideram uma forma antiquada.
Fascinado por formas fixas, o escritor acredita que elas levam o poeta a um labor que exige tempo, dedicação, concentração, cálculo, além da solidão em madrugadas e insônias. “Venho da tradição do haicai, com exatas 17 sílabas: 5, 7, 5. O soneto obriga o poeta a não se conformar com o verso que vem, obriga o poeta a capinar”, afirma o autor dos livros Digitais (1990), Personecontos (2004) e O jogo, Micha & outros sonetos (2019).
Pedro Marques, que assina a orelha do volume, vai na mesma direção: “Se a forma é fixa, seu discurso é movente, cheio de polifonias, de lances dramáticos, sem medo de ruídos e interferências de outros gêneros discursivos, não raro desprestigiados pelos modelos clássicos”.
Pesquisador do CNPq, Salgueiro assina a coluna “Sob a pele das palavras” no Rascunho, em que analisa poemas importantes da literatura brasileira contemporânea, abrindo espaço para comentários pormenorizados de autores e livros. Sonetos pode ser adquirido pelo site da editora Cousa, que publica a obra.