Nesta segunda-feira (16), o carioca João Paulo Cuenca fala sobre seu novo livro crônicas, Qualquer lugar menos agora, no programa Sempre um Papo, que tem mediação de Afonso Borges e acontece a partir das 19h, no canal do YouTube do projeto.
No novo livro, escrito diante da impossibilidade de se viajar mundo afora durante a pandemia, Cuenca se dedica a narrar suas mais peculiares vivências e aventuras de viagem. As crônicas, escritas entre 2006 e 2020, recriam os mais diversos cenários: a atmosfera dos bares em Nova York e Tóquio, pistas de dança em Cabo Verde e no Vietnã, karaokês em Bangkok e no Rio, entre tantos outros locais.
Por outro lado, o livro também revela duras realidades sociais, como a precária condição de vida dos palestinos em Gaza e dos bolivianos que possuem subempregos em São Paulo. De todo modo, através da escrita de João Paulo Cuenca, é possível se aproximar da excitação e dos aprendizados proporcionados pelas viagens, que, segundo o autor, escondem sempre a esperança de uma revelação.
No final de 2020, João Paulo Cuenca foi processado por dezenas de pastores da Igreja Universal do Reino de Deus por conta de uma postagem que fez no Twitter. Em junho do mesmo passado o autor escreveu na rede social que o “brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal”, parafraseando texto de Jean Meslier, autor do século 18, que escreveu que “o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre”.
São mais de 80 ações apresentadas a juizados especiais cíveis em 19 estados, com pedidos de ressarcimento por dano moral em valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.
O escritor afirmou que “as ações são muito parecidas, são todos pastores da igreja, isso é uma ação coordenada, isso é litigância de má-fé. Essas pessoas estão usando o sistema jurídico do país para me constranger. Essa ação coordenada é um abuso do uso da Justiça”.
A Igreja Universal nega a acusação de Cuenca de que a instituição esteja coordenando a apresentação das ações judiciais contra o escritor.
Cuenca nasceu no Rio de Janeiro, em 1978. É formado em economia pela UFRJ e começou sua trajetória literária no Folhetim Bizarro (1999-2001), um blog na internet. É autor dos romances Corpo presente (Planeta), de 2003, O Dia Mastroianni (Agir), de 2007, O único final feliz para uma história de amor é um acidente (Companhia das Letras), de 2010, e Descobri que estava morto” (Tusquets), de 2016. Além de romances e livros de crônicas, escreveu contos em antologias e revistas literárias, roteiros para o teatro e para o cinema.