Depois do best-seller O lugar, a editora FĂłsforo volta a publicar um romance da escritora francesa Annie Ernaux. Os anos sai com tradução da poeta MarĂlia Garcia, prĂłxima convida do Paiol Literário, evento com autores brasileiros, promovido pelo Rascunho. O livro já teve uma edição brasileira, publicada pelos selo TrĂŞs Estrelas, da Folha de S.Paulo.
Uma das principais escritoras francesas da atualidade, Annie Ernaux empreende no livro a ambiciosa tarefa de escrever uma autobiografia impessoal. Ela lança mão de um sujeito coletivo e indeterminado, que ocupa o lugar do eu para dar luz a uma escrita em que recordações pessoais se mesclam à grande História.
Nascida em 1940, em uma pequena cidade no interior da França, Ernaux pertence a uma geração que veio ao mundo tarde demais para se lembrar da guerra, mas que foi receptora imediata das recordações e mitologias familiares daquele tempo.
Uma geração que nasceu cedo demais para estar à frente de Maio de 68, mas que ainda assim viu naquelas manifestações a possibilidade dos mais jovens de uma liberdade que por pouco não pôde gozar. Pela prosa de Ernaux, passam seis décadas de acontecimentos, entre eles a Guerra da Argélia, a revolução dos costumes, o nascimento da sociedade de consumo, as principais eleições presidenciais francesas, a virada do milênio, o 11 de Setembro e as inovações tecnológicas, signo sob o qual vivemos até hoje.
Considerado por muitos o principal livro de Annie Ernaux, Os anos foi finalista do International Booker Prize e vencedor dos prêmios Renaudot na França e Strega na Itália, além de figurar na célebre lista dos livros, escritos por mulheres, preferidos da escritora italiana Elena Ferrante.
Annie Ernaux nasceu em 1940, em Lillebonne, na França. Estudou na universidade de Rouen e foi professora do Centre National d’Enseignement par Correspondance por mais de trinta anos. Seus livros são considerados clássicos modernos na França. Em 2017, Ernaux recebeu o prêmio Marguerite Yourcenar pelo conjunto de sua obra.