A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) retirou do seu site uma lista em que a agente literária Lúcia Riff indicava “seis autoras para não perder de vista”, entre elas as colaboradoras do Rascunho Noemi Jaffe, autora de O que ela sussurra (Companhia das Letras), e Giovana Madalosso, que escreveu Suíte Tóquio (Todavia). A informação foi publicada pelo Estadão.
A Apex é parceira da Câmara Brasileira do Livro (CBL) no Brazilian Publishers, projeto setorial de fomento da exportação de conteúdos editoriais brasileiros. A lista ainda era composta por nomes como o da jornalista Patrícia Campos Mello (A máquina de ódio — Companhia das Letras) e da cientista política Ilona Szabó (A defesa do espaço cívico — Objetiva), ambas apontadas como desafetos do presidente Jair Bolsonaro, da jornalista Eliane Brum (Brasil, construtor de ruínas —Arquipélago) e da ficcionista Aline Bei (O peso do pássaro morto — Nós).
A agência informou que retirou o material do ar para averiguar seu conteúdo. Já Lúcia Riff disse ter sido convidada pelo Brazilian Publishers para indicar autores que pudessem suscitar interesse em editoras internacionais.
A censura a escritores brasileiros por parte de órgãos governamentais não tem sido rara. Em 2019, depois de manifestações nas redes sociais, a organização da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, anunciou o cancelamento do convite à jornalista Miriam Leitão e ao sociólogo Sérgio Abranches.
A censura aos escritores ocorreu após o lançamento de uma petição online de repúdio contra Miriam Leitão por “seu viés ideológico e posicionamento”.