(02/10/2020)
A Academia Brasileira de Letras se manifestou sobre a queima de livros de Paulo Coelho, escritor que faz parte da instituição.
Nos últimos dias, circularam nas redes sociais dois vídeos de pessoas queimando edições de O alquimista e Veronika decide morrer. O ato seria uma reação em relação ao posicionamento político do autor, crítico do presidente Jair Bolsonaro.
“A Academia Brasileira de Letras não poderia não repudiar, com veemência, o gesto incivil da queima dos livros do acadêmico Paulo Coelho, a quem prestamos solidariedade”, diz o comunicado.
“Dar fogo aos livros traduz um símbolo de horror. Evoca um passado de trevas. Como esquecer a destruição das bibliotecas de Alexandria e Sarajevo, os crimes de Savonarola e as práticas do nacional-socialismo?”
Em um dos vídeos, um casal de idosos aparece queimando os livros de Coelho em uma churrasqueira. Eles chamam o escritor de “lesa-pátria” e “traíra”.
Após a circulação do vídeo, o escritor também se manifestou. Ele retuitou o vídeo, com comentário irônico sobre a postagem . “Não. Primeiro compraram, depois queimaram. E o bigodinho do cara não deixa esconder a origem da ideia.”
O alquimista, um dos livros queimados no vídeo, é o livro brasileiro mais vendido da história. Fenômeno literário do século 20, já vendeu mais de 150 milhões de exemplares.