Após estrear na literatura com os microcontos de Interrompidos, em 2017, a carioca Alê Motta volta às formas breves com as 30 histórias de Velhos. Como o título sugere, as narrativas — em primeira ou terceira pessoa — capturam nuances da vida de personagens em idade avançada, sejam amarguradas ou ainda cheias de disposição, felizes ou atormentadas por acontecimentos do passado. Ao investigar de perto o cotidiano e o interior de tipos tão variados, com uma prosa econômica e que resvala no olhar de uma cronista a captar o cotidiano comezinho que lhe cerca, a autora entrega um quadro complexo da condição humana, inspirando — e discutindo sobre — os mais variados sentimentos que constituem a vida. “Velhos, como toda boa literatura, fala ao nosso universo íntimo, e nos lembra a finitude de nossa própria existência”, registra na orelha da obra o baiano Itamar Vieira Junior, vencedor do Prêmio LeYa pelo romance Torto arado (2018).