Se “que tenhamos medo/ é o que querem!”, a voz deste livro de poemas parece se recusar a obedecer, a se calar diante dos impasses, mesmo que sem muita esperança. Na falta do sono, um longo espaço a ser preenchido pelo raciocínio e, por consequência, o surgimento das inquietações. Na ausência do embotamento, o confronto com a vida, como quando um homem de bruços tem suas profundas perdas escrutinadas, ou surge a tentativa de reanimar a palavra, morta na calçada solitária, anônima, às seis horas da manhã.