O Novo Romance francês foi um movimento surgido nos anos 50 e que teve como autores mais importantes Michel Butor, Alain Robbe-Gillet, Nathalie Sarraute e Claude Simon. O que o Novo Romance pregava era uma alteração nos rumos do romance tradicional, propondo uma estrutura diferenciada, em que seriam ressignificados o enredo, o personagem e sua ação. Assim, conforme Leyla Perrone-Moisés, no seu livro O novo romance francês, as marcas fundamentais do Novo Romance (Nouveau Roman) são as que se seguem: 1) Romance da recusa — mesmo já tendo sido editadas as obras de Proust, Kafka e Joyce, o romance, por volta dos anos 50, continuava largamente tradicional na forma. O Novo Romance ataca as “doenças” da velha forma do gênero: “adiposidade, superficialidade, simplificação falseadora do homem, linearidade temporal que revelava cegueira para a nova concepção do tempo psicológico, e as consequentes mazelas de estilo, que se tornara balofo, sobrecarregado, convencional, mentiroso”. Os novos romancistas, assim, se recusam em “aceitar o romance como entretenimento” e desejam elevá-lo “a uma função mais alta de indagação do homem moderno”. Numa palavra, desejam torná-lo denso ao extremo.