O romance de estreia de Deborah Dornellas, Por cima do mar (Patuá, 2018), ganhou boas críticas, foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2019 e venceu o prêmio Casa de las Américas, de Cuba, no mesmo ano. Agora a autora se aventura pelas histórias curtas em Precisamos matar nossas bonecas. Dividido em duas partes, o livro revela diversos tipos de solidão no espaço urbano — várias das histórias têm como pano de fundo Brasília, cidade em que a autora viveu. “O espaço urbano é onde a gente consegue sentir a solidão humana muito fortemente. No fundo, os personagens desses contos são pessoas solitárias tentando sobreviver não só do ponto de vista financeiro, mas emocional, espiritual”, diz a escritora, que hoje vive em João Pessoa (PB). A orelha do livro traz texto assinado por Maria Valéria Rezende, que destaca a unidade dos contos, característica que transforma a obra em uma espécie de romance às avessas. “Logo no terceiro ou quarto episódio parece-me que, na verdade, percorro as páginas de um romance no qual a constância de uma linguagem muito característica e rica me conduz em viagem por uma ‘cidade abstrata’.”