Muita invenção, sentimentos ou situações reais, frases ouvidas na rua e coisas que a autora pesquisou na internet formam a base dos 13 contos que compõem o livro de estreia da paulistana — todo pontuado pelo silêncio e subjetividade. Nas narrativas breves, uma baleia permeia e ilustra a viagem de carro de um casal, um dia de trabalho — com suas estranhezas e delicadezas — é explorado, uma mulher começa a perceber que os objetos ao seu redor mudam de tamanho e há um enredo inteiro em preto e branco. Algumas situações instigam a imaginação do leitor, colocando-o na posição de refletir a respeito do que é real ou não nas histórias, enquanto outras capturam a banalidade dos dias — com personagens intensas, angustiadas e reflexivas. “É a aliança entre um olhar poético que captura o mínimo e uma visada aguda sobre os horrores da vida pequeno-burguesa que singularizam os contos desse livro”, anota Noemi Jaffe na apresentação da obra.