Autor dos romances Eufrates e Hoje está um dia morto (vencedor do Prêmio Sesc de Literatura), André de Leones traz em Vento de queimada o retrato de um país composto por beleza, mas também por horror. Isabel é historiadora por formação e matadora por “deformação”. Seu pai, um ex-policial pistoleiro ― ou um pistoleiro ex-policial, já que não há como saber o que veio primeiro ―, trabalha para figuras poderosas e influentes no estado de Goiás. A relação dos dois, assim como suas práticas e seus hábitos, não é estruturada de maneira convencional ― neste vínculo, não se sabe quem é responsável por quem, quem deve ser exemplo para quem. O pai, por ser quem é e por fazer o que faz, de tempos em tempos expõe a filha a incidentes que não lhe dizem respeito, inserindo-a num trágico ambiente de ganância e violência. Isabel então se vê cercada por “homens de bem” dos mais diversos tipos.