Tchevengur, único romance finalizado por Andrei Platônov, discute dialeticamente a utopia soviética comunista: nos anos 1920, Aleksandr Dvánov, filho de um suicida, e Stepán Kopienkin, acompanhado por seu rocim Força Proletária, erram pela estepe russa em busca do éden comunista e acabam em uma cidade alucinante, Tchevengur, onde seres humanos belos e possessos concebem o inconcebível paraíso. O livro, que no início fora intitulado “Construtores da Primavera”, projeta quixotescamente um mundo que poderia ter sido, beirando por vezes o absurdo ao expressar as ideias “ultrarrevolucionárias” das personagens.