Depois dos contos de A teta racional (2016) e do romance Tudo pode ser roubado (2018), a curitibana Giovana Madalosso volta Ă narrativa de fĂ´lego com SuĂte TĂłquio (2020). O nome da obra pode atĂ© soar glamoroso, mas se refere ao cubĂculo que Fernanda mandou reformar para que Maju, babá de sua filha, pudesse morar. Se tudo parecia ir bem, com os limites bem delimitados na relação entre patroa e empregada, o mundo da primeira começar a ruir — ou, pelo menos, as ruĂnas ficam mais evidentes — quando a segunda resolve fugir com a pequena Cora, da qual cuidava diariamente: “Estou raptando uma criança. Tento afastar esse pensamento, mas ele persiste enquanto descemos pelo elevador, cumprimentamos o Chico, saĂmos pelo portĂŁo”. A partir daĂ, com capĂtulos curtos e duas vozes completamente diferentes, a histĂłria se desenvolve — para dentro e para fora. De um lado, as motivações da babá para fugir com uma criança de 4 anos; do outro, todos os demĂ´nios que assombram Fernanda, cujo casamento nĂŁo vai nada bem, começam a dar as caras.