A antologia, marcada pelo luto, surgiu pouco apĂłs a morte de Luiz Alfredo Garcia-Roza (1936-2020), expoente da literatura policial brasileira e companheiro de longa data da autora. Apesar de marcado pela dor da perda, o conjunto de “pequenos rastros” e “situações isoladas”, como a prĂłpria Livia define seus escritos, nĂŁo deixa de se apoiar na esperança. “Sua escrita Ă© pura luz”, anota JosĂ© Castello, colunista do Rascunho. “Atravessa a matĂ©ria, chega ao que quase ninguĂ©m consegue ver, ou aprecia ver.” O primeiro capĂtulo, Onde melhor falhamos (casa & famĂlia), dá uma boa amostra de como sĂŁo enxutas, pessoais e incisivas as reflexões levantadas e memĂłrias resgatadas pela carioca, como no trecho: “Minha mĂŁe sempre teve um estilo de silĂŞncio prĂłprio, já meu pai era matĂ©ria verbal a todo instante”. Para Paloma Amado, a autora Ă© “tĂŁo cheia de amor que Ă© capaz de fazer infinitas frases tocantes”.