Com nove prêmios na conta, a HQ do quadrinista francês é um libelo contra os “bons modos” de uma sociedade machista e uma crônica contumaz a respeito da sexualidade e da paixão. Ambientada na Itália renascentista, a história acompanha a trajetória de Bianca, uma jovem que está para se casar com alguém que não conhece. Para escapar desse destino cruel, a mulher utiliza um artifício legado por sua família há gerações: uma pele de homem. Estando literalmente na posição do sexo oposto, ela consegue se “infiltrar” em lugares aos quais não teria acesso e conhece, de perto, o cotidiano do rico comerciante Giovanni, que seria seu futuro companheiro. Valendo-se da liberdade comportamental relegada aos “dominantes”, a protagonista acaba por descobrir um sem-fim de prazerosas possibilidades existenciais. Por trás da jornada, uma pergunta fica no ar: por que a moralidade é utilizada como instrumento de dominação? Para a rádio Europe 1, a recomendação é enfática: “Leia Pele de homem, eu imploro. É magnífico!”.