Cem anos depois do nascimento de Clarice Lispector, ainda é possível encontrar vestígios da sua presença no Recife, a cidade onde viveu a infância? Nesta novela gráfica o leitor é apresentado a Esther, personagem que se dedica a pesquisar a vida e a obra da escritora que amava o Recife, onde viveu dos cinco aos 13 anos de idade. Esther refaz as andanças de Clarice, percorrendo as ruas, pontes e praças da cidade atrás dos rastros da autora. Ao circular pelo bairro da Boa Vista, no Centro, Esther se depara com uma nova cidade. “Os palacetes com jardins de rosas aveludadas e acácias amarelas descritos em textos de Clarice já não existem mais. E isso abre uma discussão sobre o patrimônio material e imaterial, a cidade que a gente não mais vê, existe nessa memória que o escritor gerou do lugar”, observa a autora Clarice Hoffmann. A HQ, diz ela, oferece diferentes possibilidades de leitura, a depender do conhecimento do leitor a respeito da obra de Clarice Lispector e da cultura judaica.