Marcelo Moutinho retorna às crônicas com O último dia da infância, cujos textos capturam os ciclos da vida. Dividindo seu livro em três partes — Preâmbulo, Intermezzo e Epílogo —, Moutinho conduz o leitor por uma jornada de perdas, descobertas e transformações. O preâmbulo se inicia com Mãe — um tríptico, relato sobre a morte trágica da mãe às vésperas do Natal. O luto é transformado em uma reflexão profunda sobre amadurecimento, marcada pela frase “Talvez a perda dos pais seja o último dia da nossa infância”. No Intermezzo, o livro se divide entre duas perspectivas. Em Janelas acesas de apartamentos, o autor explora a intimidade de temas como o crescimento da filha e a passagem do tempo. Já em A cidade foi feita para o sol, retorna às ruas com humor e vivacidade, apresentando histórias de bares, sambas e personagens folclóricos. O Epílogo encerra a obra com ternura em Estrela da vó Guida s/nº, onde a pequena Lia escreve uma carta para a avó já falecida, refletindo sobre a memória e os laços que permanecem além do tempo.