Memória e esquecimento habitam as páginas do terceiro livro de contos do pernambucano. “A memória é uma cúmplice da literatura, e a literatura é uma cúmplice da memória também”, explica o autor em entrevista à Cepe. “Tem muita coisa que volta da nossa memória como escritor. São coisas que eu vi, que li, que aprendi com a vida. Estou escrevendo em cima disso.” Para além das recordações, Belmar utiliza seu faro de jornalista para compor as 25 histórias breves da obra, buscando personagens interessantes na realidade estampada nos veículos de notícias e no cotidiano. A ideia para Buracos de lataria, por exemplo, que conta de quando Fidel Castro visitou Pernambuco, surgiu de uma conversa ouvida no ônibus. A política, em um momento tão turbulento quanto o de agora, não poderia ficar de fora — ainda mais considerando que o conjunto começou a ser compilado, com a ajuda de colegas que fazem parte da oficina Autoajuda Literária, logo depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff.